terça-feira, julho 26, 2005

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"A Capital” e “O Comércio do Porto” na BLOGOSFERA

Os jornalistas de “A Capital” e “O Comércio do Porto” na Internet,
nos blogs http://jornalacapital.blogspot.com
e http://ocomerciodoporto.blogspot.com,
depois da suspensão dos dois títulos em papel.

sábado, julho 16, 2005

LEGALIZAR A HOMEOPATIA PARA CONTROLAR A QUALIDADE

Luíldo de Noronha nasceu em Goa, na então Índia Portuguesa onde se formou no ano de 1973, começando desde logo a prática homeopática. Depois de passar por Moçambique veio para Portugal onde se radicou, desde 1981. Continuou a estudar, desde a iridologia à naturologia e acunpunctura.
Hoje, além de exercer, ensina a cadeira de homeopatia no curso de naturologia, que combina as várias técnicas alternativas.
Enquanto Presidente da Associação Portuguesa de Homeopatia, desde a sua fundação em 1984, trabalha para que a Assembleia da República venha a legalizar a Homeopatia, como medicina paralela e com as mesmas regalias da alopatia, a medicina convencional.

O que é que a Associação Portuguesa de Homeopatia faz em prol da homeopatia em Portugal?
LN
A nossa luta é pela legalização da Homeopatia, pois só assim será possível a liberdade de estudo em escolas superiores e a liberdade de tratamentos e investigação em estabelecimentos de saúde e hospitalares. Desejamos o reconhecimento profissional e a possibilidade de comparticipação no custo dos remédios homeopáticos pelos sistemas sociais. Além disso, enquanto associação patronal reunimos todos os profissionais da homeopatia clássica.

Qual é a diferença entre a homeopatia clássica...
LN
A homeopatia clássica recomenda que cada doença leve um só remédio e não uma mistura de remédios como outros homeopatas fazem que não seguem a linha clássica.

E esses são os homeopatas...?
LN São os homeopatas complexistas, pois usam remédios complexos, ou seja, uma mistura.

De que são feitos os medicamentos homeopáticos?
LN
São de origem natural; vegetal, mineral ou animal. Há um processo especial de preparação dos medicamentos homeopáticos que são produzidos por laboratórios autorizados, nacionais e estrangeiros.

A homeopatia é uma terapia de cura ou uma terapia de prevenção?
LN
As duas coisas. Enquanto medicina energética baseia-se no princípio dos similares, conhecido desde a Antiguidade, constando mesmo dos Vedas, livro religioso indiano, escrito há mais de 4 mil anos. Mas foi só no século XIX, na Alemanha, que o Dr. Samuel Hahnemann sistematizou esta medicina, e formulou os princípios que a regem.

É possível um complemento com a medicina convencional, ou cada uma actua na sua área específica?
LN
A homeopatia é uma medicina que trata todas as doenças, mas o nosso campo de eleição são as doenças alérgicas. Os remédios homeopáticos não provocam alergias pelo que são os melhores para curar essas doenças. O que já não sucede com a medicina convencional cujos remédios provocam alergias. Além disso, curamos doenças consideradas crónicas e outras tidas por degenerativas.

As medicinas alternativas combinam-se, complementam-se, ou escolhem-se consoante o paciente em causa?
LN
Não há nenhuma terapia que seja totalitária, não há nenhuma medicina que possa englobar tudo com eficácia. Por exemplo, perante um doente asmático uso principalmente homeopatia, no entanto, posso usar também naturopatia ou recorrer à acupunctura em situações de crise.

A homeopatia exige cuidados alimentares especiais?
LN
– Isso já pertence à dieta. A dieta não é essencial, mas é sempre recomendável para o tratamento homeopático, porque um organismo que funcione bem sempre aproveita melhor os remédios. A homeopatia é uma medicina energética pelo que depende da capacidade de absorção do organismo humano.

Dificuldades de legalização

A homeopatia chegou a Portugal há cerca de 150 anos. Quais têm sido os obstáculos à implementação da homeopatia no nosso país?
LN
A homeopatia tem tido uma implementação muito boa, mas temos pela frente uma grande luta com a medicina convencional porque a Ordem dos Médicos (OM) não reconhece a homeopatia, o que tem sido um óbice ao reconhecimento legal e, por isso, para a divulgação e desenvolvimento da homeopatia.

A OM pretende a regulamentação do acto médico, fundado no conhecimento científico calculado e rigoroso, separando o pensamento científico do pensamento mágico.
LN
A Ordem queria fazer uma lei do acto médico reservando só para os médicos alopatas o direito de receitar de diagnosticar de tratar do doente, etc. Ora isso já entrava também na nossa área pois os homeopatas clássicos ficariam proibidos de receitar e tratar os doentes. Daí que o nosso Presidente da República teve o bom senso de vetar essa lei.

A Ordem defende a constituição de uma Comissão que aprecie a qualidade científica destas terapias...
LN
A qualidade científica está mais do que provada ao longo de 200 anos de existência e em várias circunstâncias. O Conselho Europeu da Homeopatia Clássica sediado em Londres, com membros em toda a Europa, e não só, já tem estudos científicos sobre a eficácia dos produtos homeopáticos.

As medicinas alternativas estão representadas nesta Comissão?
LN
Deveriam estar, mas não sei como a querem organizar. A OM não quer saber de nós. O que já não acontece com a comissão parlamentar da Assembleia da República (AR) que contacta e reúne connosco.

Onde é que a homeopatia é reconhecida legalmente?
LN
Na Europa, na Índia, no Brasil... Mas no Brasil é só reservada para os médicos alopatas que fazem depois uma especialização em homeopatia.

Seria um caminho a seguir por cá?
LN
Não, não deve ser. Mas como na Índia e na Inglaterra onde há homeopatas que não são médicos alopatas. Em Inglaterra há faculdades de homeopatia e nos EUA já houve cerca de dez hospitais.

Existe formação em Portugal?
LN
Temos duas escolas que têm pretensões a superiores, estando à espera de reconhecimento pelo Ministério da Educação.

Não havendo reconhecimento qual é a situação da prática homeopática?
LN
Isso está sendo tolerado exactamente porque não há legalização. Se assim fosse, nós associação patronal teríamos autoridade em regular a qualidade do praticante de homeopatia.

Essa legalização está dependente da OM, ou passa apenas por uma decisão da AR?
LN
A principal dificuldade da AR para legalizar passa pela oposição da OM, embora a Assembleia não precise da Ordem para legalizar, mas a Ordem é um Estado dentro do Estado.

A não comparticipação dos medicamentos, por não haver reconhecimento é uma questão que também afecta a prática e difusão da homeopatia?
LN
A comparticipação não é o mais importante para nós, porque os nossos doentes já estão habituados a comprar remédios que têm eficácia, pelo que se dispõem a pagar do seu bolso e não esperam pela comparticipação. Mas há muita gente que não recorre às medicinas alternativas e à homeopatia porque têm de pagar. As pessoas dizem-nos isso claramente.

Qual é o perfil do doente que procura a homeopatia?
LN
Além das questões alérgicas não há um perfil específico.

Quantos homeopatas existem em Portugal?
LN
Entre os antigos que formaram-se lá fora e os médicos que já são formadas pelas nossas escolas, que são duas em Lisboa, julgo que existem à volta de dois ou três mil praticantes espalhados pelo país.

Quantos são formados por ano?
LN
Nas duas escolas uns 50 ou 60.

Têm médicos de medicina convencional a frequentar cursos de especialização?
LN
Não, nas escolas não, mas eles fazem cursos de fim-de-semana. Os médicos apesar de serem proibidos pela OM de praticarem homeopatia e de se intitularem homeopatas têm uma sociedade de homeopatas que promove esses cursos. E isso à revelia da OM.

E tem aumentado o número de médicos que recorrem à homeopatia e a outras medicinas alternativas?
LN
Sim, mas já se sabe que a OM não gosta.

Acredita que haverá uma maior abertura da parte da OM, uma vez vão aparecendo mais médicos a recorrerem às medicinas alternativas?
LN
O problema não está aí, pois quem manda na OM é o bastonário que acha que a homeopatia não resulta, que não tem efeitos medicamentosos e actua apenas por sugestão. Considera que nenhum medicamento tem eficácia.

Na Holanda foi feita uma filtragem para seleccionar aqueles medicamentos que demonstrassem eficácia, considera que seria um passo a dar na credibilização da homeopatia?
LN
Há novos estudos feitos que mostram que existe uma eficácia. Esta informação tem sido divulgado pelo Conselho Europeu de Homeopatia Clássica.

Existem directivas da União Europeia que obriguem à regulamentação das medicinas alternativas ?
LN
Existem, mas as directivas só aconselham os Estados para legalizarem mas não obrigam, pelo que cabe à AR aceitar ou não aceitar, tomando a iniciativa legislativa. Parece que vai legalizar em breve, mas ainda não se sabe. Já aprovaram uma proposta que defende que as medicinas alternativas deveriam ser legalizadas. Agora até serem legalizadas ainda vai demorar algum tempo.

As várias medicinas alternativas têm trabalhado em conjunto pela sua legalização?
LN
Sim, estamos organizados numa federação que congrega todas as associações. É a Federação das Associações das Medicinas Alternativas Naturais.


Alexandre Dias
Entrevista realizada em de Novembro de 2001
Publicada na Revista de Domingo do diário Correio da Manhã

POVO INFANTE

Olhos que não vêem
coração que não sente

O povo é sábio quando o diz

quem o disse

Deixou o sábio as palavras
e o povo repetiu-as

quem é o povo

massa informe
abandonada pelo sábio
atordoado pelo espírito
tarda em reflectir do Sol a justiça vista

Não se abandona o nunca possuído
Não se repete o nunca visto

Pesada ignorância
sem fôlego para o jogo do conhecimento,
alcance lúdico do infante

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