sábado, março 06, 2021
Terra de ninguém
Terra de ninguém
O agrimensor bateu à porta do castelo,
mas não era ali.
Ainda não passara o portão,
como poderia estar a bater à porta?
Desceu pelos caminhos estreitos
desenhados em sulcos leves entre a urze áspera que preenchia o campo.
Lá em baixo, e ao fundo, disputando o espaço com o céu,
o oceano pulsa gigante em cadência estelar.
Não há ninguém para perguntar pelo caminho do castelo.
Ouvem-se vozes no marulhar das ondas,
Mas não escutam.
São almas paralelas, que voam sem se avistar
algés, 06/03/2021