sexta-feira, fevereiro 13, 2009

morte adiada

correm longos cabelos negros
de um mundo desconhecido
revelado no esplendor doce do fenómeno simples do existir

são notas sustenidas
enviadas pelo sublimado e alheio deus

científico, implora seráfico à credulidade ateia
e assim toldando os sentidos
insinua uma bússola sem norte
aos habitantes deambulantes das sombras amargas

'tá mar chão
o cadáver adormece imóvel
no oceano infinito
desmentido pelo horizonte circumnavegante
liberto de intenção
assim jaz
pleno
na remota felicidade
do incomensurável indito

mas sopra uma brisa
incómoda
socrática
lazarenta
que não nos deixa morrer já

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