domingo, novembro 20, 2005

FATO-DE-MACACO

Aquele fato-de-macaco cinzento, com manchas pretas e de outras cores quentes, estava largado em cima de um banco corrido.

Há minutos saíra de um cacifo onde abafou durante dezasseis horas.
A porta metálica empenada abriu-se em estrondo seco, a mão grossa e peluda puxou-o pesada pelo hábito do movimento e largou-o no banco.
Ouviram-se passos, um ruído estridente salpicado pelo urinol, e os passos, sem vida, voltaram.

O fato-de-macaco cinzento, amarrotado, ganhou forma esticado pelos ombros e calcanhares de um corpo gordo e largo.

Comments: Enviar um comentário

<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?