domingo, dezembro 18, 2005
ESPIRRO SOLAR
No deserto silencioso de pulsares frios e gelados o Sol segue o seu queimar perpétuo, aparência humana de eternidade, envolvido por uma aragem que por vezes lhe provoca arrepios.
Desta vez espirra. Rebentam-se-lhe os tímpanos, desintegra-se e fica reduzido a um fogacho solto pela língua infernosa.
A pequena bola de fogo lança-se qual foguetão ziguezagueante...
Perdida, embate na Terra, passa a estratosfera, rasga uma linha luminosa na australásia, risca o pôr do sol no meio atântico e com ciência e precisão chega ao continente onde o vinho tansborda a música arranha e o fogo de artíficio confunde as mentes incautas...
A nossa bola de fogo, reduzida a uma faísca ígnea, segue serena e agora plana... até se confundir num estalar de foguetes e fogo preso na madrugada de uma terra perdida na rudeza da montanha.
Insinua-se por uma janela aberta ao calor estival e encontra um coto frio, usadíssimo, de pavio preto, mascarado de pseuda-apolínea sabedoria.
Devolve-lhe vida dionisíaca..., e a vela começa a queimar,
queima, queima
e a cera derrete
e a vela queima e vai acabando
acaba mas não apaga
vai queimando
passa o tampo espesso da mesa de madeira
fura o chão duro e frio de pedra mármore suja
e em baixo encontra água
apagou-se!
?
No deserto silencioso de pulsares frios e gelados o Sol segue o seu queimar perpétuo, aparência humana de eternidade, envolvido por uma aragem que por vezes lhe provoca arrepios.
Desta vez espirra. Rebentam-se-lhe os tímpanos, desintegra-se e fica reduzido a um fogacho solto pela língua infernosa.
A pequena bola de fogo lança-se qual foguetão ziguezagueante...
Perdida, embate na Terra, passa a estratosfera, rasga uma linha luminosa na australásia, risca o pôr do sol no meio atântico e com ciência e precisão chega ao continente onde o vinho tansborda a música arranha e o fogo de artíficio confunde as mentes incautas...
A nossa bola de fogo, reduzida a uma faísca ígnea, segue serena e agora plana... até se confundir num estalar de foguetes e fogo preso na madrugada de uma terra perdida na rudeza da montanha.
Insinua-se por uma janela aberta ao calor estival e encontra um coto frio, usadíssimo, de pavio preto, mascarado de pseuda-apolínea sabedoria.
Devolve-lhe vida dionisíaca..., e a vela começa a queimar,
queima, queima
e a cera derrete
e a vela queima e vai acabando
acaba mas não apaga
vai queimando
passa o tampo espesso da mesa de madeira
fura o chão duro e frio de pedra mármore suja
e em baixo encontra água
apagou-se!
?