segunda-feira, outubro 02, 2006

VERDES NA CASA BRANCA


A Verdade Inconveniente é o instrumento eleitoral do próximo candidato democrático à Casa Branca americana.
A responsabilidade americana no aquecimento global é a verdade inconveniente da qual ninguém fala, ou seja, não está no topo da agenda dos media mundiais (leia-se CNN e Al-Jazeara).


Al Gore, a Caminho de Washington


O antigo próximo presidente dos Estados Unidos pontua este documentário de denúncia das consequências imprevisíveis, mas nesfastas, do aumento da emissão de dióxido carbono para a atmosfera, com pormenores da sua biografia familiar, académica e política. Todas elas são relacionadas com a militância ecológica que Al Gore assume para as plateias do cinema mundial, depois de mais de mil conferências por todos os EUA, e cidades de todo o Planeta.

Al Gore interrompeu a caminhada de delfim de Bill Clinton a presidente quando uma fraude eleitoral deferida pelo Supreme Court o travou.

Al Gore relembra que aceitou resignado a decisão do tribunal e que concluiu da lição continuar a fazer o melhor que pudesse.

O dióxido de carbono presente na atmosfera atingiu hoje, e com previsões para os próximos 50 anos, uma concentração superior a qualquer outra Era verificada, nos últimos 650 mil anos. Este período é lido nos glaciares da Antártida. A bolhas de ar que ficam dentro do gelo ao longo do tempo contêm os niveis de concentração de CO2 e dali se estabelece o gráfico de evolução dessa concentração e das temperaturas que a acompanham.
A norte, a Gronelândia, e a sul, a Antártida, representam a maior ameaça de degelo provocado pelo aumento das temperaturas em todo o Globo. E a previsão é de 6 metros de subida do nível das águas do mar.
Na Europa, a Holanda desaparecia.


Salvem a Rã

A ser verdade, então andamos todos muito distraídos.
O espectáculo que Al Gore apresenta exibe uma animação onde uma rã foge de um tacho com água a ferver, mas dentro de uma panela com água a aquecer, ela deixa-se ficar até cozer. Logo, é precise que algém a salve. A conclusão é óbvia, a humanidade precisa de um mentor que a acorde para a Acção Política, Comunitária e Individual.

“A vontade política é um recurso renovável em Washington”, e também a pedra de toque da inversão tecnológica da Acção Humana, no planeta. Estamos a caminho do abismo mas ainda é possível apaziguar os elementos com o recurso à tecnologia eficiente, o mesmo é dizer limpa, renovável, compatível com a manutenção da Natureza que suporta a Vida Humana.
É preciso denunciar, argumentar e agir. É a proposta de Al Gore.

Áparte o terrorismo do pós 11 de Setembro, é necessário lembrar outras questões, como o Protocolo de Quioto, ainda não ratificado pelos EUA e pela Austrália, por exemplo. Os americanos são o accionista maior da empresa de libertação de CO2, com 30% da nuvem global.
Al Gore faz a denúncia do que se passa e apresenta o que é necessário, mas não diz como vai fazer. Com certeza, começando por ratificar o Tratado já assumido por dezenas de cidades americanas.

Se pensarmos sobre o estado em que estará a vida internacional quando chegar ao poder, talvez fosse melhor pensar que estamos a entrar num período de gestão de fim de mandato de GWB.

A nossa fronteira é o Espaço Exterior, e é essa referência que pode dar coesão ao convívio da humanidade para arredar do palco internacional a produção da guerra. A expansão para o Espaço, é a expansão do Conhecimento, e nela se deverá concentrar a humanidade, quando se ocupa da vivência quotidiana, em toda a sua diversidade estética.
A escolha ecológica é difusora de uma visão comunitária do planeta. E se for essa a bandeira do presidente Gore, então a manchete pode ser Verdes na Casa Branca.


O Resto da Verdade Inconveniente

O que fazer com a América Latina, África, Ásia, Oceânia e Europa.
O planeta, verde ou azul, depende da eleição do próximo presidente e da sua política externa e interna.
Mas este é apenas um entre pares, e tem de agir com essa convicção e exigência, daí que a política americana tenha de sofrer uma transformação estrutural accionada por acções conjunturais diferentes das actuais.

E o mesmo se exige das restantes potências. Esta persuasão não resulta através da indústria energética da política da guerra. Cada vez mais o clima do planeta se encarrega de fazer as vezes do pombo-correio no anúncio desse erro ao Hemisfério Norte.

Dito assim até parece uma coisa etérea. Mas com a pressão demográfica a transferir-se do Sul para a Europa, como acontece com Espanha e restante Continente, quando Manhatan e países como o Bangladesh e cidades como Xangai submergirem, e as grandes metrópoles começarem a sentir um défice na qualidade de vida e na tranquilidade a que estavam habituadas, então aí talvez a rã salte, se não estiver já irremediavelmente cozida.

Falta no discurso de Al Gore a referência explícita à vontade de integrar pela eliminação da pobreza e ver aqui um elemento primordial na alteração do comportamento humano no usufruto do planeta Terra.

Conclúi-se, que a rã não está apenas distraída; a indigência e o aquecimento global estão ligados, este como efeito daquela.

Ora, a pobreza generalizada, em maior ou menor grau, resulta da organização política e económica geridas de acordo com a potencialização do luxo de viver com todo o Poder segundo um plano de valores do Indivíduo distraído dos outros e concentrado em si. Esta visão fragmentada, esquecida do outro, legitima-se na clausura introspectiva em que a afirmação dos interesses individuais se alinham pela inércia do autismo social, pelo medo da partilha do futuro, pela aceitação acrítica da herança inexplicada da tradição (para quê mudar se posso perder!), em suma, pelo afastamento do risco da transformação do actual estado de coisas, seja qual for a fatia da pirâmide de castas que ocupemos.

http://www.climatecrisis.net/

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