quarta-feira, maio 28, 2008
REGISTO MANUAL
"só o poema continuou a ser o mesmo"
terça-feira, maio 27, 2008
GeneXproTools modeling made easy
Brian C. Watt, CRM Chief Risk Officer / Chief Financial Officer GECC Inc, USA
terça-feira, maio 20, 2008
fertilização humana e embriologia
in público.clix.pt - 19.05.2008 - 21h11 Ana Gerschenfeld
Numa decisão histórica e após um aceso mas civilizado debate de várias horas, os deputados britânicos decidiram, hoje ao fim da tarde, por 336 votos contra 176, aprovar a geração de embriões mistos de humano e animal, o primeiro ponto crucial da futura nova lei sobre fertilização humana e embriologia.
Os embriões híbridos podem ser de diversos tipos: “cíbridos”, obtidos introduzindo o núcleo de uma célula humana adulta (com todo o seu ADN) num ovócito de animal (de vaca) esvaziado do seu próprio núcleo; os embriões humanos transgénicos, obtidos inserindo genes animais em embriões humanos; as “quimeras”, obtidas introduzindo células animais num embrião humano – e os híbridos verdadeiros, cruzamentos de gâmetas (espermatozóides ou ovócitos) humanos e animais.
Aliás, a derradeira prova da abertura de espírito dos deputados foi o facto de terem também votado, por 286 votos contra 223, contra uma proposta de proibir a geração destes híbridos verdadeiros.
Claro que os embriões só poderão ser fabricados se se provar previamente que a investigação para a qual vão contribuir é necessária e útil. E, seja qual for o tipo de embrião híbrido gerado, apenas será permitido desenvolverem-se durante 14 dias e nunca serão implantados no útero de uma mulher ou de um animal.
Mas a categoria mais importante para os cientistas é a dos cíbridos, que são 99,9 por cento humanos e 0,1 por cento animais, porque a possibilidade de os produzir vem suprir a escassez de embriões humanos, vindos dos protocolos de fertilização in vitro, que tem dificultado a investigação médica na área das famosas células estaminais embrionárias (CEE) humanas.
Graças à nova lei, os cientistas vão poder utilizar ovócitos de animais (muito mais abundantes) para tentar derivar, destas bolinhas de células, as ditas CEE humanas que consideram indispensáveis para estudar, no laboratório, doenças incuráveis como o Alzheimer e muitas outras.
As CEE podem dar origem a todo o tipo de tecidos – cardíaco, cerebral, etc. - e, se for bem sucedida, esta via de investigação científica tem o potencial de permitir um dia salvar a vida a milhões de pessoas.O projecto de lei tem gerado muita controvérsia na Grã-Bretanha, principalmente por parte da Igreja Católica.
Mas tanto o primeiro-ministro, Gordon Brown, como o seu concorrente directo, o líder dos conservadores David Cameron – e os muitos outros deputados que hoje votaram em consciência –, consideraram que não podiam deixar fugir a oportunidade de revolucionar a medicina humana.
Gordon Brown tinha ainda uma razão pessoal para votar, uma vez que tem um filho pequeno com mucoviscidose – uma grave doença hereditária das vias respiratórias cujas vítimas morrem muito novas.
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1329315&idCanal=13
segunda-feira, maio 12, 2008
Cartas A Uma Ditadura

O documentário de Inês Medeiros pode deixar-nos deprimidos pelo Portugal que nos mostra e pela reacção patega manifestada por algum público presente.
Mas é preferível abandonar a sala do Londres com uma extraordinária saudade do futuro e agir já.
A realizadora peca por não interpelar as entrevistadas para além da exposição passiva de questões avulsas.
Dos testemunhos recolhidos pela realizadora, Belmira é a única mulher não anulada por Salazar.
Nascida em 1919, deixa um testemunho de sacrifício, força de vontade e dedicação aos netos.
Apresenta-se nas suas palavras como simples costureira, trabalhadora de noite e de dia, que por os pais não terem tido as posses para que estudasse não foi além da quarta classe.
Ciente da sua força de conquista, afirma convicta que podia ter sido alguém.
Mas não fui, lamenta-nos.
Vive hoje na casa humilde que fora de seus pais, fez a quarta classe que passou aos netos, que sustentou deixando-os agora formados para o País.
E olhando o seu percurso, pode no crepúsculo da sua vida lúcida e simples dizer-se "Orgulhosa do que fui e do que sou".
Confessa sem constrangimento a ignorância sobre o que é a ditadura, a democracia e a liberdade. Mas ainda nos diz que a liberdade é poder comprar um quilo de arroz, e tudo o mais que for necessário.
A liberdade pode ser mais do que isso, mas com certeza que não é caridade.
sexta-feira, maio 09, 2008
Café Muller
A simplicidade do movimento é assumida num despojamento coreográfico marcante e sinistro.
Um espectáculo para sair em silêncio e trazer connosco intacta alguma da melancolia ali sublimada.
Café Muller é o lugar público da nossa intimidade.
Lisboa, São Luiz, 8 de Maio
segunda-feira, maio 05, 2008
o maestro lê,
o maestro respira,
o maestro sopra,
o maestro sopra a respiração do espírito insinuado pela composição,
e com os dedos das mãos segura as linhas imaginárias de pontas de machado
a estalarem impiedosas nas estantes inertes
libertada a música, convocada ao sono cabresto,
transforma o auditório amorfo em corcel apolíneo, amante de Dionísio
e à tragicomédia do quotidiano visitante da plateia
oferece generoso a catarse tangente ao instante eterno
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carnaxide, 22 de Abril de 2008