segunda-feira, maio 05, 2008

o maestro

o maestro lê,
o maestro respira,
o maestro sopra,

o maestro sopra a respiração do espírito insinuado pela composição,
e com os dedos das mãos segura as linhas imaginárias de pontas de machado
a estalarem impiedosas nas estantes inertes

libertada a música, convocada ao sono cabresto,
transforma o auditório amorfo em corcel apolíneo, amante de Dionísio

e à tragicomédia do quotidiano visitante da plateia
oferece generoso a catarse tangente ao instante eterno


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carnaxide, 22 de Abril de 2008

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