terça-feira, setembro 09, 2008

o declínio da coragem

Li há dias o "declínio da coragem", conferência proferida perante os estudantes de Harvard. Foi há 30 anos.

Alexander Solzhenitsyn condena naturalmente o totalitarismo que o obrigou ao exílio, mas denuncia a estupidificação das massas do Ocidente e aponta a nossa época como um momento de alteração estrutural.

Vivemos portanto sob o princípio da incerteza, porém, as forças sociais que se reforçam são a da mediocridade e da corrupção, num quadro de total ausência de estratégia, salvo talvez parte da escandinávia. De resto, o líder, o paradigma, é o bezerro de ouro.

O capitalismo especulativo anula o capitalismo de investimento sustentado, as redes sociais vivem sob a capa neurótica do superficialismo das relações descomprometidas de qualquer solidariedade, tanto social, como geracional.

Mas a turba está segura enquanto o endividamento generalizado não asfixiar o consumismo barato, que funciona como soporífero da escravatura financeira que afunila e apaga qualquer horizonte de esperança dos autómatos robotizados em que nos vamos transformando. As famílias vivem descompensadas.

A denúncia tribunícia da Universidade apenas funciona como escape e tertúlia virtual, de quem a sorte e o nepotismo deu o privilégio de se alimentar das ideias.

A formação de maiorias sociológicas começa nos bancos da escola das primeiras letras.


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