terça-feira, outubro 28, 2008

Nada se perde, nada se cria, tudo se transforma.

Já não se pode falar em inverter a desertificação do Continente Português, nem em fixar populações no seu interior.

Neste momento, o discurso deve enunciar a necessidade de Repovoamento e no Movimento ou Deslocação da população do litoral para o interior.

Fazê-lo apenas pela fiscalidade diferenciada das empresas não resulta se não for acompanhada de uma fiscalidade diferenciada dos particulares, articuladas entre si, enquadrando-as em projectos singulares de transferências de serviços, estas também priorizadas por uma estratégia global.

De nada vale incentivar a actividade agrícola local e as indústrias tradicionais, se as mesmas não forem servidas pela migração do terciário. De facto, se é o sector terciário o maior empregador, são as pessoas a ele agregadas que vão consumir o que a agricultura local produzir.
Esta poderá assim desenvolver-se, pois o aumento da mão-de-obra disponível, permitirá passar da subsistência local, para a industrialização de produtos de marca regional, a distribuir pelo resto do País, com os olhos na exportação.

A fiscalidade diferenciada dos particulares deverá beneficiar aqueles que migrem para o interior, mas também todos os que empreguem parte do seu salário na valorização pessoal, independentemente da modalidade em que estejam colectados, mas enquadrando o benefício nos escalões de rendimentos.

Se o salário médio português é hoje inferior ao salário mínimo francês, é porque, depois de impostos, ronda os 600 a 800 euros mensais.
Se lembrarmos que um empréstimo à habitação de 100 mil euros corresponde a uma prestação mensal de cerca de 600 euros, é admissível que estes rendimentos sejam sequer colectados?
É admissível sequer que estas pessoas tenham acesso ao endividamento descontrolado?

Continua a construir-se sem qualidade, a ocupar o solo de forma insustentada e a esquecer a criação de um sistema de transportes públicos urbanos eficaz e barato. Por exemplo, o passe do comboio Setúbal-Lisboa ronda os 100 euros mensais. Não é barato.

A rede viária urbana e nacional são como veias, que em vez de portadoras de sangue oxigenado, libertam monóxido de carbono. As redes ferroviárias e fluviais são o caminho para substituir as frotas de camiões de longo curso. Os carros-eléctricos e o metro urbano devem ganhar prioridade ao transporte rodoviário, ou mesmo substituí-lo.

Por exemplo, na A5, que liga Cascais a Lisboa, depois de ter sido alargada para a terceira faixa, deve agora voltar ao formato das duas faixas, destinando as que são libertadas para a construção do metro de superfície.

Onde estão os nós de entrada na auto-estrada, localizar-se-ão as estações, com estacionamento livre, mas limitado, devendo antes ser criada uma rede local de transportes dotada de autocarros que façam a ligação permanente com as várias zonas das localidades que a estação serve.

Neste caso, teríamos as populações da região Oeste de Lisboa, servidas no litoral pela actual linha de comboio e no interior pelo metro de superfície.

Será necessário ainda demolir construção recente em Outurela/Carnaxide de modo a que Monsanto se prolongue pelo interior do Concelho de Oeiras, numa linha verde que chegue a Sintra, permitindo a circulação pedonal e de velocípedes em toda esta extensão.

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